Objetiva-se breve descrição de Tutaméia (Terceiras Estórias) (1967), de João Guimarães Rosa (1908-1967). Ela se aterá ao caráter dúplice da obra na qual, de um lado, situam-se os contos, as ficções, de outro, as metaficções, ou seja, os prefácios, as epígrafes, as citações. Cuidar-se-á de destacar o fato de que há na obra registro da preocupação com a leitura a ser empreendida, uma vez que os textos metaficcionais aí inseridos em itálico, em oposição aos caracteres redondos dos quarenta contos, cuidadosamente querem revelar a leitura objetivada.
Objetiva-se demonstrar as marcas do trágico presentes no conto "A benfazeja" (Primeiras estórias, 1962), de João Guimarães Rosa. A desmedida (hybris), a fatalidade do destino, o bode expiatório (pharmakós) constituirão o centro do enfoque. O tom persuasivo do narrador do conto rosiano está confrontado com o de Atena em "Eumênides", de Ésquilo.
Objetiva-se apresentar leitura do conto "A Estória do Homem do Pinguelo", de Guimarães Rosa. Trabalhar-se-á o papel da alteridade na constituição da identidade, seja no que diz respeito aos narradores presentes no conto, seja no que diz respeito às personagens. Concluir-se-á que, em "A Estória do Homem do Pinguelo", o conhecimento da alteridade conduz à conquista da identidade, podendo, a partir deste conhecimento, melhor efetivarem-se os desígnios já determinados pelo destino. Alcançar-se-á, pois, o vínculo do conto com o trágico.
Objetiva-se análise do conto “Droenha”, presente em Tutaméia (Terceiras Estórias) de João Guimarães Rosa. O protagonista, Jenzirico, acreditando ter cometido um crime, vê-se obrigado a fugir do universo civilizado, indo viver, sozinho, numa Serra, totalmente inserido na natureza. Gradativamente, a racionalidade, registrada enquanto o protagonista está entre pedras, vai sendo substituída por fantasmagorias, conduzindo-o às brenhas, onde anteriormente viu seu alter ego nu e desarmado. Ao final, há o retorno ao mundo civilizado, trazendo consigo, do mundo primitivo, um mocó, animal que muito o torturou, colocando sua subjetivi-dade em risco.
Partindo de um dado real, terremoto na cidade mineira do Serro Frio, em 1872, João Guimarães Rosa cria conto vinculado ao gênero fantástico. Objetiva-se análise do referido conto: “Um moço muito branco” (Primeiras estórias, 1962).
Objetiva-se a análise do conto "Sorôco, sua mãe, sua filha", de João Guimarães Rosa. Os elementos da estrutura narrativa constituirão ponto de partida para o alcance do canto dionisíaco presente ao final da narrativa. Os vínculos possíveis quanto ao tratamento dado ao trágico tanto na obra de Guimarães Rosa quanto na de Friedrich Nietzsche serão ressaltados.
Este ensaio objetiva apreender a maneira de ser dúplice do narrador presente em "O outro ou o outro" (Tutaméia: terceiras estórias), de João Guimarães Rosa: ser distanciado do narrado e, concomitantemente, participativo no mesmo.