Este ensaio tem como objetivo analisar a novela “Duelo”, de João Guimarães Rosa, integrante da obra
Sagarana, a partir da perspectiva do imaginário social e sua relação com a cultura regional. Busca-se evidenciar como a ruptura da instituição casamento afeta o comportamento social das personagens e conduz o sujeito masculino a um processo de animalização e morte fútil. A partir disso, discute-se, também, o modo como a temática abordada inscreve a produção rosiana no universal, transcendendo as fronteiras do meramente regional.
Neste artigo, discutem-se aspectos relacionados ao caráter nacionalista da Literatura Brasileira durante o Romantismo e os seus desdobramentos em forma de manifestações literárias regionais. Com base em depoimentos de escritores como Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, José de Alencar, Bernardo Taveira Júnior, Guimarães Rosa e Simões Lopes Neto, procura-se mapear algumas causas para a regionalização da literatura e a transformação da região em uma espécie de pátria dentro da nação. O aporte teórico oriundo da Geografia Cultural contribui para fundamentar a discussão.
Este ensaio analisa o conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, sob a perspectiva da trajetória existencial do protagonista. Busca-se o sentido etimológico da palavra Matraga, o qual é relacionado com a conduta e o caráter da personagem, no contexto regional de que emerge. O estudo apóia-se em dados históricos sobre o coronelismo e o cangaço brasileiro.
Este ensaio objetiva analisar dois momentos específicos de uma das maiores obras da literatura brasileira, Grande Sertão: Veredas: a tentativa frustrada de travessia do Liso do Sussuarão perpetrada pelo bando de Medeiro Vaz e, no final da narrativa, o êxito alcançado na mesma empreitada por Riobaldo e seus comandados. Busca-se evidenciar de que maneira as passagens representam a transformação do lugar em espaço, através da ação humana, e propiciam um diálogo entre o regional e o universal.
Por meio da análise do conto “São Marcos”, da obra Sagarana, de Guimarães Rosa, objetiva-se refletir sobre o modo como a magia molda e constrói perspectivas de fé, crença e tabu na localidade de Calango-Frito, em cujo espaço social são compartilhadas diferentes percepções a respeito do crédito a simpatias e feitiçarias, consideradas aqui como ritos mágicos. Com o aporte teórico principal de Claude Lévi-Strauss (1970) e Marcel Mauss (2003), propõe-se que a magia está arraigada ao oculto e, por vezes, ao inexplicável, fazendo-se presente na cultura popular sertaneja como tradição repassada de gerações anteriores. De um modo geral, as práticas de magia inseridas em “São Marcos” têm papel significativamente social, servindo como recurso alternativo às necessidades mais diversas da comunidade representada por Guimarães Rosa.