O artigo debate a relação entre a concepção da amizade (philia) e a noção de educação no pensamento de Hannah Arendt e as estórias do sertão de João Guimarães Rosa. Arendt concebe a educação como um espaço de mediação e cuidado entre as gerações, em que as mais antigas têm a responsabilidade de introduzir as gerações mais novas no mundo. Considerando essa perspectiva, aborda-se a possibilidade de pensar a ideia da educação que narre estórias que criem um laço de amizade entre gerações no mundo. Mediante o pensamento de Hannah Arendt e a narrativa do sertão de Guimarães Rosa reflete-se uma educação como amizade na responsabilidade que os educadores têm em transmitir um legado, herança cultural, às futuras gerações.
O artigo consiste na interpretação da tensão entre autonomia e libertação contra a opressão e a tirania, refletida na filosofia, na sociedade e no texto poético, enfocando a literatura brasileira, em especial a obra espiral de Guimarães Rosa, sobretudo no que tange o “Grande Sertão: veredas”, e sob a luz das idéias de Hannah Arendt. A abordagem abrangerá a espacialidade e temporalidade da cidade (Rio de Janeiro), comparada à literária, em suas formas de ocupação, imposição e apropriação.