Este artigo busca discutir dois aspectos importantes que permitem uma comparação significativa entre William Faulkner, Guimarães Rosa e Juan Rulfo. Estes são a preocupação constante dos três autores de representar áreas rurais, marginais dentro de um quadro da modernidade, e a exploração pelos três da estética modernista.
Este texto se destina a informar os passos iniciais da pesquisa que venho realizando sobre a novela “Meu tio o iauaretê”, de João Guimarães Rosa. Ao inscrever a pesquisa na linha de interpretações sociológicas, históricas e políticas, não deixo de observar elementos que dizem respeito à genética do texto, como demonstra o pontapé inicial do estudo realizado no arquivo do escritor no IEB/USP. Neste estudo, a forma literária é percebida como uma tomada de posição que supõe um posicionamento do escritor no interior das contradições do processo social. Defendo a ideia de que a conversa desnivelada, padrão narrativo também presente em outros textos do autor, ataca a questão da desigualdade brasileira a um só tempo compreendendo-a e criticando-a.
Esta análise da recepção de Grande sertão: veredas no Brasil reflete sobre procedimentos e resultados de uma parcela de sua fortuna crítica: aquela em que se engendram interpretações do
romance de Guimarães Rosa nas quais é posta em discussão alguma possibilidade de vínculo entre a configuração estética do livro e processos políticos e sociais vividos no país.
Atenção! Este site não hospeda os textos integrais dos registros bibliográficos aqui referenciados. Para alguns deles, no entanto, acrescentamos a opção "Visualizar/Download", que remete aos sites oficiais em que eles estão disponibilizados.