Lendo a novela atentamente pela primeira vez nota-se facilmente que a repetição, permeando toda a estória, tem função não só estética mas também fabulativa. É o que tentaremos demonstrar em seguida, começando por discorrer sobre as contaminações onomatopéicas reiterativas, passando depois a apreciar a estilística do não, para finalmente explorar toda gama expressiva resultante do jogo reiterativo no Iauaretê.
Este trabalho analisa a novela "O recado do morro", de João Guimarães Rosa, sob o viés da Psicanálise. O ensaio de Jacques Lacan "Seminário sobre 'A carta roubada'", o qual foi inspirado no conto de Edgar Allan Poe "A carta roubada", será utilizado como material teórico de comparação na análise do automatismo de repetição do enigma proposto tanto aos protagonistas quanto aos leitores dos textos de Poe e Rosa.
Examinar o conto “Rebimba, o bom”, de Guimarães Rosa, em suas imagens, ritos de iniciação e passagens de luto e de melancolia é propósito deste ensaio. Como um roteiro para a compreensão do imaginário na formação da identidade do sujeito, o texto rosiano apresenta imagens insólitas. É o caso de Rebimba, fantasia recalcada e, ao mesmo tempo, realçada pela repetição das memórias nos diferentes estágios da vida do protagonista anônimo: uma interpretação possível que dribla com os jogos da linguagem própria dos chistes que ora se mostram, ora também se escondem na complexidade de suas formas e sentidos.