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por Talita Abrantes
fotos por Francisco Emolo


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Foto crédito: Francisco Emolo
A economista Priscila Albuquerque constatou que a diferença entre salários atenou-se no Brasil. A perspectiva é que a desigualdade diminua ainda mais nos próximos anos


Em 1981, trabalhador com um ano a mais de estudo que outro ganhava salário 17% maior. A diferença hoje é de 11%

Não é apenas senso comum – a Educação, de fato, contribui para a amenização das desigualdades sociais no Brasil. Nos últimos 25 anos, de acordo com dissertação de mestrado feita pela economista e pós-graduanda da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Priscila Albuquerque Tavares, a elevação dos níveis educacionais dos brasileiros demandou uma diminuição das diferenças salariais.

Um dos fatores para isso é o chamado efeito preço. “Conforme as pessoas estudam mais, diminui a escassez de profissionais qualificados no mercado”, explica Priscila. Com maior oferta de trabalhadores qualificados, menor o valor deles no mercado.

Exemplo prático dessa premissa é o contexto da condição salarial dos trabalhadores durante toda a década de 80. Nesse período, segundo a especialista, a desigualdade de renda cresceu muito. Em 1981, cada ano a mais de estudo significava um salário 17% maior. Por outro lado, apenas 16,1% da população havia cursado o ensino médio.  “O mercado, então, pagava mais para ter o trabalhador qualificado.”

A economista explica que esta fase é comum em países que partiram de níveis educacionais muito baixos e que começam a expandir o acesso à educação. O ingresso de pessoas mais qualificadas no mercado, em um primeiro momento, acaba agravando as diferenças salariais. No entanto, de acordo com a especialista, quando o nível médio de escolaridade da população atinge 7 anos, este quadro tende a mudar radicalmente. Hoje, os brasileiros têm, em média, 7,6 anos de estudo.

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