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por Talita Abrantes
foto por Francisco Emolo


 

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Foto crédito: Francisco Emolo
“O que falta é a qualificação básica. Saber ler, escrever, fazer conta. Saber se relacionar com as outras pessoas e por conseqüência ter capacidade de aprender coisas novas”, aponta Miguel Mateo, chefe da Divisão Técnica de Estudos Econômicos da Seade


Além disso, a pesquisa detectou a falta de especificidade dos programas de qualificação profissional que pipocam por todo o estado. “Há boa vontade das prefeituras municipais, porém sem foco”, analisa o secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. Tanto que, entre 2005 e 2007, 52,4% dos cursos de qualificação oferecidos no estado não tinham um público-alvo definido e boa parte deles era voltada para o artesanato.

De acordo com Maria de La Luz Prada Mato, analista sênior da Divisão de Estudos Econômicos da Seade, em todo o estado há uma séria confusão entre assistência social e profissionalização. “Esses cursos acabam servindo mais como complementação de renda da área social e menos como política para o mercado de trabalho”, observa. Na região de Ribeirão Preto, por exemplo, cursos mais voltados para o mercado como os de mecânico de manutenção de veículos automotores correspondem a apenas 0,9% de todos os projetos, com 144 vagas, enquanto há 2.490 vagas para cursos de artesanato.

A região metropolitana de São Paulo destoa um pouco dessa lógica. “Há mais cursos de caráter específico e voltados para o mercado do que aqueles oferecidos na média do estado.” Assim, entre os que apresentam mais vagas estão cursos de melhorias administrativas, técnicos em operação e monitoração de computadores, entre outros. Por exemplo, segundo Mateo, os cursos de operadores de máquina para costura de peças de vestuário, que respondem por 5.671 vagas, não são apenas para formar pessoas e tirá-las da marginalidade, mas para atender a uma demanda do próprio mercado de trabalho. Afinal, “o Município de São Paulo abocanha 2/3 da produção da indústria de confecções do estado”, informa o economista.

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