O trabalho propõe uma interpretação sobre o conto “Páramo”, do escritor brasileiro João
Guimarães Rosa. Ele foi publicado post-mortem, sendo a primeira edição em 1969. Nele,
anos após a experiência vivida na Alemanha, o autor conduzirá o leitor ao coração da
recordação traumática: um encontro com a morte. Sim, um “encontro com a morte. Não a
morte final – equestre, ceifeira, ossosa, tão atardalhadora, mas a outra, aquela”. A morte
aqui veste o semblante do sofrimento psíquico (pathos) intensamente vivenciado no
soroche, o mal das alturas, em função do ar rarefeito naquelas altitudes, mas também na
depressão profunda experimentada a partir daquele período de autoritarismo vivo (ethos)
da Alemanha em guerra, expresso em números genocidas. A abordagem propõe um
entrelaçamento entre história, cultura política e método clínico.
Análise de Páramo, de G. Rosa, para possíveis leituras dos mitos modernos e o valor da produção literária distanciada pela realidade temporal e cosmologia míticas, mas próxima do ponto de vista interativo e dialógico; a literatura apreendendo as possibilidades do real, substituindo a cosmovisão coerente e organizada por um locus mítico, de reatualizações modernas, com um olhar antecipatório de universos significativos, transculturais.
Análise de “Páramo”, de G. Rosa, buscando compreender as possíveis leituras interpretadas pelos mitos do mundo moderno, e o valor de uma produção literária distanciada pelo espaço de uma realidade temporal e cosmologia míticas, mas muito próxima do ponto de vista de interações e diálogos, permitindo inferir que a literatura deva apreender as possibilidades do real, substituindo a cosmovisão anterior, tradicionalmente coerente e organizada em um locus mítico, povoado de reatualizações modernas, por um outro olhar antecipatório de universos significativos, transculturais.
“Páramo” é uma narrativa de João Guimarães Rosa, cujo cenário é a Bogotá da década de 40, que conta a experiência de soroche e melancolia de um diplomata brasileiro. O autor viveu nessa cidade entre os anos 1942 e 1944, retornou como delegado do Brasil a IX Conferência Panamericana e testemunhou o chamado Bogotazo, em abril de 1948. Este artigo procura vestígios desse contato, propõe uma leitura da narrativa como remontagem da história e estuda alguns problemas relacionados com os protocolos de leitura corriqueiramente associados à escritura rosiana.
Este artigo propõe alternativas de conversação latino-americana a partir das escrituras de Guimarães Rosa, Antonio Di Benedetto e Juan Rulfo. Especificamente, se abordam os modos em que Zama (1956), Pedro Páramo (1955) e “Páramo” (1968) portam e escrevem a catástrofe no âmbito da Guerra Fria. Além disso, são problematizados os protocolos de leitura que até agora permitiram ou não a aproximação entre os autores e os textos estudados.
O presente trabalho se propõe a interpretar a estória “Se eu seria personagem”, parte
integrante de Tutameia. Terceiras estórias, último livro organizado e publicado por Guimarães
Rosa. A estória é bastante complexa, tanto do ponto de vista do expediente narrativo adotado
quanto da perspectiva da temática de que lança mão e se empenha em investigar. A interpretação
proposta procura não só extrair as implicações poético-filosóficas da estranha afirmação que
abre a estória (e dá título ao nosso ensaio), como também depreender a trama amorosa que nela
se arquiteta, na qual repercutem lances de várias outras estórias rosianas.
O presente artigo tem por objetivo demonstrar como Guimarães Rosa, no conto Páramo, de Estas Estórias, inaugura uma encenação ficcional da melancolia. O texto rosiano vai sofrendo uma gradual condensação à medida que avança e as ressonâncias melancólicas dessa narrativa funcionam como um rigoroso exercício de subtração da escrita em busca do silêncio, dando sequência às "operações subtrativas" de Tutameia.
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise da relação do tema da morte na narrativa de “Páramo”, de João Guimarães Rosa, tendo como base as concepões de Levinas (2000) acerca da relação do Ser com a morte em comparação com a teoria de Heidegger que postula a concepção do ser-para-a-morte. Publicado em Estas Estórias (1969), “Páramo” é considerado uma “estranhidade” dentro do conjunto da obra de Guimarães Rosa, por ser um dos textos mais autobiográficos do autor e por ser ambientado no espaço urbano de uma cidade estrangeira. Nesta narrativa, um embaixador brasileiro é enviado a uma cidade andina para cumprir deveres diplomáticos, e, após se chocar com a alteridade do lugar, ele começa a viver um processo de descentramento de sua identidade, que culmina com o sentimento de morte e a necessidade de renovação do ser. A nossa pesquisa de “Páramo” se faz relevante na medida em que traz para a análise de “Páramo” novas discussões da relação da inevitável relação que se estabelece entre o eu e o outro no que tange ao tema da morte no texto de “Páramo”, de modo a refletir os desdobramentos filosóficos e culturais decorrentes da relação conflitante entre as perspectivas filosóficas de Levinas e Heidegger, as quais se manisfestam nas entrelinhas dessa narrativa de João Guimarães Rosa.
Uma reflexão sobre o trânsito do intelectual latino-americano entre o moderno e a sua tradição, através de uma releitura do conto “Páramo”, de Guimarães Rosa, um texto híbrido, misto de ficção e registro autobiográfico.
O presente trabalho aproxima, através da Literatura, da História e da Ciência Política, o evento colombiano do Bogotazo ao conto brasileiro Páramo, de João Guimarães Rosa, com o objetivo de enriquecer a análise confluindo essas diferentes áreas do conhecimento.