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Perfil
Por Talita Abrantes
Fotos por Cecília Bastos e arquivo pessoal

 

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“É uma terra de ninguém”
A Amazônia é definida assim pelo professor Paulo Artaxo. Para ele, falta fiscalização na região

 

 

 

Foto: arquivo pessoal
Durante a infância, tinha mania de desmontar objetos e ler enciclopédias para verificar como o mundo funcionava


Guiado por essa curiosidade, o professor não titubeou na hora de escolher que carreira seguir. “A física propicia o tipo de  conhecimento para entendermos como o mundo funciona.” Assim, após completar os atuais ensinos Fundamental e Médio em escolas públicas, Artaxo ingressou em 1974 na Universidade de São Paulo. “Era uma época de muita agitação político estudantil”, conta o professor que nessa época dividia-se entre atividades acadêmicas, militância e peças do grupo de teatro do Instituto de Física.

Depois de defender sua dissertação de mestrado em 1980, ele percebeu a necessidade de trabalhar em uma área com uma aplicação mais direta para a sociedade. Afinal, segundo ele, ninguém faz “ciência por ciência, mas para melhorar as condições de vida da população”. Nessa sintonia, Paulo Artaxo tornou-se pioneiro nos estudos de clima da Amazônia. 

Durante o doutorado, o pesquisador teve a oportunidade de trabalhar com o Prêmio Nobel de  Química, Paul Crutezen. “Ele me mostrou que para fazer um trabalho científico competente é preciso ter uma visão de ciência muito ampla, trabalhar em áreas disciplinares, ser aberto para cooperações científicas com muitos pesquisadores de áreas diferentes”, aponta. Afinal, “ninguém faz ciência sozinho”.

Três meses depois de defender sua tese, Artaxo embarcou, em março de 1986, para o pós-doutorado na Universidade de Antuérpia na Bélgica. Ficou lá até 1988. Entre 1989 e 1990, trabalhou  no Departamento de Física Nuclear na Universidade de Lounge, na Suécia. E, em alguns meses de 1993 e outros de 1994, o professor fez um estágio na Nasa.

Nesses mais de seis longe das terras tupiniquins, o cientista admite ter aprendido muito com a maneira com que as outras culturas interagem com o que acontece no planeta. No entanto, não foi apenas nas terras para além do mar que Artaxo confrontou os ideais da nossa cultura. Em suas peregrinações pela floresta amazônica encontrou no cotidiano dos povos que lá vivem o segredo para a harmonia com o meio. “As pessoas de lá têm sua capacidade de consumo muito limitada. Só têm acesso aos recursos que a natureza dá. Nós daqui da cidade, utilizamos mais recursos do que precisamos para ter uma vida decente e saudável”, compara.

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