Este trabalho analisa o conto “Duelo”, de João Guimarães Rosa, e utiliza como referencial teórico a Semiótica Francesa com base nos estudos de A.J. Greimas e J. Courtés (s/d) em seu Dicionário de Semiótica, de Denis Bertrand (2003), em Caminhos da Semiótica Literária, e de Patrizia Lombardo (2005), que, no Dictionnaire des Passions Littéraires, dedica um verbete ao estudo da vingança. O objetivo é descrever a construção da significação do conto, focalizando aspectos de sua dimensão pragmática, figurativa, passional e enunciativa. Descrevemos as transformações de estado por que passam os atores e, em seu percurso passional, os seus estados de alma, observando as paixões que os movem. Nesse sentido, observamos que a paixão vingança se manifesta no conto, criando efeitos de sentido diversos.
A literatura é uma forma de expressão da realidade e do cotidiano, que são tecidos por diversos fios, sendo um deles o da violência. Este trabalho tem como objetivo analisar a representação da violência por meio da escrita e por meio audiovisual do conto “O duelo”, publicado na obra Sagarana, de Guimarães Rosa, e na adaptação cinematográfica homônima, dirigida por Paulo Thiago. Por meio de um estudo de cunho bibliográfico e de método comparatista, foram analisadas as ocorrências de atos violentos em ambas as materialidades à luz de pesquisadores como Alves (2003), Brito (2006) e Hutcheon e O’Flynn (2013). É possível perceber que essa adaptação gerou modificações para que o sentido da obra fosse mantido, mas adicionando alguns elementos, como a inserção de personagens de outros livros.
O autor Guimarães Rosa mostra-se atento à importância do espaço na criação de seus enredos. Frente ao exposto, enumera-se que, focando especialmente na representatividade do elemento espacial, foram selecionados dois contos com o intuito de se desenvolver uma leitura mais aprofundada nesse sentido. Tais criações literárias - “Duelo” e “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” - também são tidas como frutos de extensas observações do sertão mineiro e das mais plurais experiências de vida do autor.
Este ensaio tem o objetivo de refletir sobre a moira, destino ligado à matriz grega, em interface com as viagens e com a violência do sertão a partir do conto “Duelo”, quarta narrativa do livro Sagarana, de Guimarães Rosa. Trata-se de uma espécie de aclimatação do destino antigo à vivência do sujeito sertanejo, sobretudo no espaço de perseguição, de morte e de instabilidade nos gerais. Assim, esta reflexão em torno do conto do autor mineiro faz-se na leitura que instala a paisagem do sertão ao plano universalista da tradição grega: o destino.
Este ensaio tem objetivo de refletir sobre a moira, destino ligado à matriz grega, em interface com as viagens e a violência do sertão a partir do conto Duelo, quarta narrativa do livro Sagarana, de Guimarães Rosa. Trata-se de uma espécie de aclimatação do destino antigo à vivência do sujeito sertanejo, sobretudo no espaço de perseguição, morte e instabilidade nos gerais. Assim, esta reflexão em torno do conto do autor mineiro faz-se na leitura que instala a paisagem do sertão ao plano universalista da tradição grega: o destino.
No conto “Duelo”, a partir de uma vendeta mortal cometida por engano, inicia-se uma nova contenda, esta entre dois duelistas que nunca se encontram, distraídos da sua trilha bélica e lúdica, ora pelos achaques de saúde, ora pelas pistas falsas que espalham e que acabam funcionando como auto-engano. Acompanhamos a ironia dessas pistas e rastros, constituintes de um jogo de duplo engodo que perverte a lógica cartesiana simples, e cujo paroxismo consiste no fato de os rivais se cruzarem pelo caminho sem que o percebam, criando-se assim uma atmosfera complexa, eivada de uma lógica suplementar e paradoxal – um jogo de morte que acaba se revelando como a razão de vida dos adversários.
Este artigo é uma abordagem sobre o foco narrativo no conto “Duelo”, de João Guimarães Rosa, com ênfase nas estratégias para provocar suspense e no comprometimento do narrador com alguns valores éticos e morais relacionados à cultura popular que caracterizam o universo dos personagens representados na trama analisada.
Estudo de três contos de Sagarana e de fragmentos de Grande sertão: veredas, orientado pela perspectiva dos estudos culturais, cujo foco é a representação de determinadas formas de manifestação de violência vinculadas aos paradigmas de honra e vingança (presentes no imaginário da cultura popular do sertão mineiro), através de uma metodologia interdisciplinar inerente à análise das relações entre literatura e identidade
cultural.
O artigo faz relações entre o pensamento de Schopenhauer e a literatura de Guimarães Rosa a partir das idéias da compaixão e do sofrimento formuladas pelo filósofo alemão.
Este ensaio tem como objetivo analisar a novela “Duelo”, de João Guimarães Rosa, integrante da obra
Sagarana, a partir da perspectiva do imaginário social e sua relação com a cultura regional. Busca-se evidenciar como a ruptura da instituição casamento afeta o comportamento social das personagens e conduz o sujeito masculino a um processo de animalização e morte fútil. A partir disso, discute-se, também, o modo como a temática abordada inscreve a produção rosiana no universal, transcendendo as fronteiras do meramente regional.
Este artigo tem como objetivo principal examinar trechos da tradução do conto “O duelo” de João Guimarães Rosa ao hebraico, como forma de exemplificar o processo e as características dessa versão literária advinda do português. Tendo como alicerce principal a análise por meio de teorias de tradução literária, visará a combinar autores diversos sobre o mesmo tema, tanto nativos da língua hebraica quanto da língua portuguesa.
Fidelidade e infidelidade são comportamentos humanos corporificados por duas figuras míticas da Antiguidade: Helena e Penélope, personagens dos épicos Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero. Da literatura clássica migraram para a ficção contemporânea. Em Sagarana, de Guimarães Rosa, o tema da infidelidade, e seu avesso, a fidelidade, pode ser descrito a partir de suas aproximações às míticas Helena e Penélope.