Dans la nouvelle «Uma Estória de amor - Festa de Manuelzão », de l’auteur brésilien João Guimarães Rosa, que nous allons analyser ici, la thématique de la fête apparaît dès le titre. Outre le fait d’annoncer au lecteur qu’une fête aura lieu au cours de l’histoire, l’auteur anticipe et précise que cette fête appartient à un personnage dont le nom est Manuelzão. Ainsi, le lecteur ne connaît que par le titre, deux éléments d’extrême importance pour l’économie de l’histoire : son protagoniste et son leitmotiv, la fête. Sans vouloir réduire la fête à une analyse psychanalytique, cette célébration semble toutefois représenter pour le personnage en question une sorte d’analyse au cours de laquelle celui-ci se rendra compte de sa condition présente à travers la compréhension des faits passés.
O objetivo deste texto é o de estudar a novela "Uma estória de amor (Festa de Manuelzão)" de João Guimarães Rosa, considerando a teoria das funções da linguagem de Roman Jakobson como um suporte teórico em condições de dar a ver a organização interna da obra, sua possível operacionalização, e os efeitos de sentido por ela produzidos.
A novela “Uma estória de amor”, de Guimarães Rosa, pode ser interpretada como uma consideração filosófica sobre a existência e sua finitude, e sobre os trabalhos do amor, se comparada com O Banquete, de Platão, e sua teoria da natureza e qualidade de Eros. Vários críticos atestam as leituras de Platão por Rosa, e uma abordagem comparativa entre os dois textos revela o reflexo das ideias platônicas ficcionalizado ao longo da festa de Manuelzão, concorrendo para produzir um comovente relato da complexidade e contradições do amor entre o povo simples do sertão.
ESTE ARTIGO É UM ESTUDO COMPARADO DO CONTO “UMA ESTÓRIA DE AMOR (FESTA DE MANUELZÃO)”, DE GUIMARÃES ROSA E O ROMANCE O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO, DE MIA COUTO, CENTRADO NA RELAÇÃO HOMEM E MEIO AMBIENTE.
Em Corpo de baile (1956), de Guimarães Rosa, a viagem é marcada por diferentes significados que tanto evidenciam o deslocamento pelos caminhos do sertão como para o interior do homem. O ato de viajar representa sentidos que vão além do deslocamento físico, produz paisagens reais e simbólicas. Para refletir sobre a viagem-travessia, propomos uma leitura conjunta das novelas “Campo geral”, “Uma estória de amor”, “Cara de Bronze” e “Buriti”, tendo como foco os protagonistas de cada novela, que aparecem em permanente trânsito. Nessa perspectiva, a temática dos viajantes e a leitura dos espaços em trânsito propiciam importante ponto de reflexão sobre os diferentes ciclos de vida das personagens.
O artigo estuda a novela Uma estória de amor (1964), de Guimarães Rosa, com o objetivo de apreender o contexto de emergência da oralidade e da tradição oral presentes na cultura popular sertaneja. Parte-se da apreensão desta oralidade como um discurso do encantamento em que não há fronteira entre real e imaginário, expressando-se através de contadores de histórias e suas performances narrativas e a (re)criação e circulação dos contos orais pertencentes ao Ciclo do Boi.
Este ensaio analisa a literatura oral e a canção popular em três passagens de “Uma estória de amor (Festa de Manuelzão)”, de João Guimarães Rosa. O objetivo principal é esclarecer de que modo a narrativa tradicional e o lundu despertam afetos e geram pensamentos no protagonista, além de sugerirem ações. Para tanto, o trabalho se concentrará na leitura crítica da novela e na análise de elementos musicais. Ao final, considerações de Hegel acerca da música indicam outras possibilidades de investigação.
Este artigo analisará a novela Uma estória de amor (Festa de Manuelzão), de João Guimarães Rosa, como narrativa da modernização da sociedade agrária brasileira. O estudo se fará à luz das fortes similaridades detectáveis entre os personagens Filemon e Baucis que integram as Metamorfoses de Ovídio e, sobretudo, o Fausto de Goethe como figuras ligadas à tradição e ao apego à terra, e os da obra de Rosa, no que diz respeito à oposição entre arcaico e moderno.
Este artigo apresenta uma reflexão sobre os vaqueiros na obra de Guimarães Rosa. Para compor este personagem freequente de sua ficção, o escritor também se veste de vaqueiro, tornando-se ele próprio um personagem. Essa operação, que aproxima linguagens e perspectivas diferentes, é, nesta análise, apresentada como uma tradução criativa, onde a cultua popular e aestética se encontram.
O artigo examina a recriação de notas de A boiada (diário de viagem de Guimarães Rosa) referentes ao discurso direto em " Uma estória de amor". A retomada dessas anotações, ocorrendo preferencialmente no discurso citado das personagens, reforça a presença de regionalismos lingüísticos nessa instância, sem estabelecer a dicotomia entre o discurso citado e do narrador.
Este ensaio é dividido em duas partes e, na primeira delas, tendo como base a teoria de comunicação poética de Paul Zumthor, analisaremos seis performances de dois grupos de contadores de estórias de Cordisburgo, Minas Gerais, que divulgam a obra do escritor João Guimarães Rosa por meio de apresen- tações públicas. Na segunda parte, utilizaremos as noções de Zumthor para analisar a presença do contador de estórias na obra de Guimarães Rosa, a partir das personagens Joana Xaviel e Camilo, de Uma estória de amor; e Laudelim, de O Recado do Morro, dois contos da obra Corpo de Baile.
"Uma estória de amor" expõe as fraturas de um homem s. Embora acompanhado da família e dos empregados da fazenda que administra, Manuelzão sente a dor da solidão. A noção de contemporaneidade de Agambem nos ajuda a compreender a íntima revisão operada pelo protagonista.
Por meio deste ensaio, pretende-se demonstrar como o escritor João Guimarães Rosa dá voz ao contador de estórias seu Camilo, personagem da novela “Uma estória de amor”, do ciclo Corpo de Baile. Nesse sentido, estabelecerei relações entre as anotações e as imagens encontradas nos diários de viagem do escritor, com destaque para a presença do boi na cultura popular brasileira, para verificar em que medida pode-se estabelecer uma relação entre esse animal e a própria linguagem. Nesse percurso analítico, dialogarei com ideias de Derrida, apresentadas na obra A Farmácia de Platão, e conceitos sobre a memória, retomados por Paul Ricoeur do pensamento aristotélico.
Para Tomás de Aquino, Deus cria brincando. A criação é, ao mesmo tempo, obra racional (do
Logos) e lúdica. Assim, o lúdico é necessário também para a criatura humana, Este artigo discute o
conflito vivido pelo personagem Manuelzão (de Guimarães Rosa) diante do lúdico e da festa.
O artigo pretende evidenciar o protagonismo que as elaborações poético-ficcionais desempenham nas novelas “O recado do morro” e “Uma estória de amor”, de Corpo de baile. Descrevemos as ambivalências e os impasses próprios das consciências dos personagens protagonistas, Pedro Orósio e Manuelzão, e, em seguida, o confronto entre a angústia decorrente dos impasses e as irrupções e percursos das estórias, canções e poemas, bem como de seus lugares de origem e seus destinatários, como forma de compreender a incidência incontornável dessas elaborações poético-ficcionais sobre os desfechos das novelas.
O artigo faz uma leitura da novela “Uma estória de amor (A festa de Manuelzão)”, de Guimarães
Rosa, dando enfoque a uma narrativa poética, proveniente da poesia oral popular, intercalada à novela. Procuramos ler o texto intercalado, “O Romanço do Boi Bonito”, como uma estória-louvação, buscando nas referências de Farias (2004) sobre tal procedimento em algumas culturas tradicionais africanas, um aporte para a análise. Com essa leitura, chegamos à conclusão de que Guimarães Rosa reatualiza a performance da palavra poética dentro de sua narrativa, misturando as tradições múltiplas em que a oralidade resvala para o universo mito-poético.
Este ensaio pretende observar como a literatura oral, tão discriminada por muitos críticos, pode figurar como um antídoto para o estado anestésico das sociedades modernas. Para tanto, partiremos de um breve resgate teórico que destaca os trabalhos de Benjamin, Ong, Barrento e Lima, por exemplo, e que nos conduz à novela “Uma estória de amor”, de Guimarães Rosa. Nesse texto, a oralidade é apresentada como uma força expressiva que ajuda o protagonista na compreensão da sua própria vida.